segunda-feira, 25 de maio de 2009




Minha vó.



Mulher guerreira, vencedora, desde os tempos da maruja, das brincadeiras de “Boi de Reis”. Mãe excepcional criou seus filhos à base de amor e sacrifício, esposa exemplar daquelas que põe a família acima de tudo. Uma personalidade de enlouquecer qualquer um ao seu redor, uma avó diferente das vovós dos contos infantis, nada de cabelos brancos e vestidos quadriculados. Eu me orgulhava da minha vó que mais se parecia com a Emília de que com a Dona Benta, Sempre arrumada com suas blusas baby look, suas saias rodadas e estampadas, seus lábios vermelhos como dois cravos encarnados. Mais não se sabe por que, talvez nunca venhamos, a saber, pois a vida nós temos, mas nosso viver só a Deus pertence. Minha linda vovó, minha doce Querubina, iniciava uma jornada e cumpria sua sina. Toda sua vida, lembranças, momentos, história, apagando se de sua memória, toda sua independência sendo tirada de seus punhos lentamente. Seus sentidos dilacerados pelo tempo, a única coisa que não lhe foi tirada foi o amor que plantou ao longo de sua vida, amor aos filhos, aos netos, o amor que foi cultivado e está sendo colhido neste momento. Como pode alguém se esquecer de si próprio de seus gostos, suas vontades, suas vergonhas, seus desgostos, isso parece algo irreal. Hoje não acho que a morte seja tão assustadora, mais assustador é o esquecimento! O esquecimento dos outros, o esquecimento de si próprio.


( Anderson Neves)

terça-feira, 5 de maio de 2009

Só! E somente só! na lingua Portuguesa



Mundo Moderno
(Chico Anysio)

Mundo moderno, marco malévolo, mesclando mentiras, modificando maneiras, mascarando maracutaias, majestoso manicômio. Meu monólogo mostra mentiras, mazelas, misérias, massacres, miscigenação, morticínio - maior maldade mundial.
Madrugada, matuto magro, macrocéfalo, mastiga média morna. Monta matungo malhado munindo machado, martelo, mochila murcha, margeia mata maior. Manhãzinha, move moinho, moendo macaxeira, mandioca. Meio-dia mata marreco, manjar melhorzinho. Meia-noite, mima mulherzinha mimosa, Maria morena, momento maravilha, motivação mútua, mas monocórdia mesmice. Muitos migram, macilentos, maltrapilhos. Morarão modestamente, malocas metropolitanas, mocambos miseráveis. Menos moral, menos mantimentos, mais menosprezo. Metade morre.
Mundo maligno, misturando mendigos maltratados, menores metralhados, militares mandões, meretrizes, maratonas, mocinhas, meras meninas, mariposas mortificando-se moralmente, modestas moças maculadas, mercenárias mulheres marcadas. Mundo medíocre. Milionários montam mansões magníficas: melhor mármore, mobília mirabolante, máxima megalomania, mordomo, Mercedes, motorista, mãos… Magnatas manobrando milhões, mas maioria morre minguando. Moradia meia-água, menos, marquise.
Mundo maluco, máquina mortífera. Mundo moderno, melhore. Melhore mais, melhore muito, melhore mesmo. Merecemos. Maldito mundo moderno, mundinho merda.
Muito, Massa MesmoOO rsrsrs????